O Curso

O Passaporte Fashionista, é um curso em português para quem gosta de moda, e claro, da cidade luz.  Ele oferece Master Classes com algumas marcas internacionais onde aprendemos sobre a história, o estilo, as inspirações e os produtos ícones de cada uma.

Começamos com uma aula teórica onde Andrea nos contou um pouco da história de algumas maisons que iriamos visitar. Uma coisa que adorei foi saber quem eram as mulheres que compravam mais “haute couture” (alta costura) no mundo. E vocês podem imaginar que a numero 1 é a herdeira da cervejaria Guiness?

Após essa aula teórica fomos ao L’Avenue, um restaurante famoso na Avenue Montaigne (avenida que abriga as melhores marcas francesas e internacionais). Este restaurante é o lugar para ver e ser visto. Ele ficou famoso internacionalmente quando as Kardashians o frequentaram durante a Fashion Week.

Visitas

Nossa 1ª visita foi no atelier do estilista Elie Saab. Seu “braço direito” nos recebeu e foi uma experiência única. Você imagina estar em um atelier onde os vestidos “prêt-à-porter” (prontos para usar) custam a partir de 5 mil euros? Mas, isso era só o começo! Também é possível fazer vestidos sob medida, e aí amores, nem o céu é o limite, desde que, o vestido respeite o DNA da marca, claro. Ainda fomos no provador, que mais parecia uma sala de princesa. Elie é muito famoso por seus vestidos de noivas, mulheres do mundo todo vem a Paris para ter um vestido feito especialmente para elas.

No 2º dia fomos ao museu Yves Saint Laurent para conhecer um pouco mais sobre a marca. O legal deste museu é que ele muda o tema a cada 6 meses. Eu super recomendo a visita para quem for a Paris e gostar de moda. Poderia contar muito sobre Yves, sua vida, suas inspirações, seu legado, mas, para isso, precisaria de um artigo inteiro. Então, vou ser bem direta! Foi graças a Yves Saint Laurent que hoje usamos o Smoking feminino. Acho que as vezes a gente não repara, mas para a época, uma mulher usando um smoking para uma festa era um absurdo (pequena dica cultural: o termo smoking surgiu porque era o “blazer” que os homens usavam após o jantar para ir tomar conhaque e fumar charutos).

Também fomos recebidas na Tiffany, e tivemos um verdadeiro “Breakfast at Tiffany’s”, fazendo jus ao filme com Audrey Hepburn (em português “Bonequinha de Luxo”). Lá, aprendemos tudo sobre diamantes, suas características, variedades e obviamente vimos e conhecemos as coleções mais importantes da marca.

Outro lugar que me encantou muito foi o Atelier Legeron, onde são feitas as famosas camélias da Chanel. Além disso, eles fazem muita alta costura e flores em todo o tipo de material. Quem nos explicou tudo foi Bruno Legeron, o dono do atelier, uma pessoa muito alto-astral e simpática.

Outra grande visita foi na Maison Schiaparelli, que foi nada menos que a rival número 1 de Gabrielle Chanel. Elsa Schiaparelli frequentava os mesmos lugares e tinha o mesmo grupo de amigos que Chanel. Os desenhos de Elsa tiveram grande influência pelos surrealistas, como Salvador Dali e Jean Cocteau. Foi Elsa quem criou a cor rosa shock: e o próprio nome da cor reflete o que ela causou na sociedade da época. Foi ela também que patenteou o 1º modelo de maiô com um sutiã integrado, que depois serviu de modelo para inúmeros vestidos.

Visitamos o Chateau de Malmaison, que foi residência de Josephine e Napoleão Bonaparte. Josephine é considerada a imperatriz das fashionistas pela sua influência na moda de sua época.

No último dia passamos a manhã na Chanel Parfum, a 1ª loja de cosméticos e beleza da marca onde além de conhecer as novidades, aprendemos a rotina de beleza da parisiense e como ela gosta de se maquiar. A loja é maravilhosa e cheia de produtos exclusivos que só podemos encontrar por lá.

Para terminar esses dias únicos, nada melhor que uma super aula sobre vinhos e champagnes. Marina, dona da loja de vinhos, é uma brasileira muito querida que nos ensinou muito sobre os melhores da França.

Para resumir o curso, acredito que é muito válido para quem gosta de moda. Dentre os vários aprendizados os que mais me tocaram foram: depois que você aprende a história de uma marca, de como seus produtos são feitos você a valoriza muito mais. E, que a moda não é apenas o hoje, ela é um resultado da história, é um reflexo do que vivemos, e da evolução.

Se não fosse por Coco não estaríamos usando calças, se não fosse por Schiaparelli não usaríamos pink. Mas, só posso dizer:  tudo tem um porquê e isso faz muito mais sentido quando o entendemos.

Moda é um reflexo do mundo que vivemos, você não acha?