Resolvi fazer uma pequena reflexão sobre a minha forma de trabalho atual, quase um ano depois de romper com o modelo tradicional de emprego (carteira assinada, FGTS, férias, crachá e blá, blá, blá). É bom deixar claro que em tempos de Nova Economia, trabalho e emprego não são, necessariamente, sinônimos. Não tenho mais um emprego desde mais de 15 anos atrás, mas tenho, sim, muito trabalho e uma atividade sustentável.

Dizer que a vida é feita de escolhas é fácil. Mas a coragem de mudar e assumir o rumo pelo desconhecido é para os fortes. Escolhi fazer parte de um movimento global de pessoas que conciliam suas buscas por atividades profissionais que lhes deem prazer, melhor qualidade de vida e equilíbrio. Consigo trabalhar de qualquer lugar do mundo onde possa conectar meu computador ao wi-fi. Meus horários são flexíveis e a culpa por sair da empresa para ir ao dentista no meio do expediente deu lugar a uma agenda organizada e compatível com meus compromissos profissionais.

Em quase um ano conheci pessoas incríveis de todos os cantos do Brasil e outras tantas de outros continentes. Tomei litros de café e

água com gente que virou cliente, amigo ou referência para um ou outro tema. Me fiz visível, referente, útil e interessante. Minha rotina profissional é atender meus clientes pessoalmente ou por Skype, estudar, escrever, gerenciar marca pessoal e as redes sociais, fazer a gestão das minhas finanças e exercitar semanalmente o que batizei de networking cirúrgico.

Aprendi que home office requer mais disciplina do que a corporação exigia, que a dinâmica do dinheiro muda a nossa habilidade para lidar com ele e, talvez uma das mais importantes lições: precificar de forma justa e consciente, e não ter vergonha de cobrar pelo meu trabalho.

E as férias? Outra mudança radical. Aprendi que uma semana bem aproveitada pode valer por 20 dias obrigatórios. Pequenas fugas da rotina hoje me dão fôlego para seguir em frente com foco na minha escolha de vida. Ainda trabalho aos domingos, mas a diferença é que a única obrigação é estar em paz comigo mesma e com o meu propósito profissional.

Como tudo na vida tem o lado bom e o ruim, posso dizer que fácil não é. Criei um modelo de negócio próprio baseado nas minhas fortalezas pessoais e profissionais. Tenho o claro propósito de impulsionar profissionais autônomos para tornarem-se referências em suas atividades, visíveis para o seu público, e aptos a gerenciar a sua imagem. Comecei do zero, errei, acertei, experimentei e estou em constante aprendizado e evolução. E apesar de todas as dificuldades, cada tombo é mil vezes recompensado por cada pequena vitória conquistada nesta nova trajetória. É preciso muita coragem para mergulhar só na selva do mercado.